Quando o Azar Pede Vaza

Volmir Coelho

Cruzei a tropa na sanga
Logo abaixo da picada
O gado já era manso
Conhecedor da cruzada
Eu vinha floreando a boca
Da zainita colorada
Eguinha boba de freio
Há pouco tempo enfrenada

O diabo que andava junto
Vinha descendo a coxilha
Pois mal subi o barranco
E já frouxou minha encilha
Num upa correu a cincha
Parando lá nas virilha
E a zaina garrou o mundo
Que mal tocava as flexilha

Não sou dos nego assustado
Mas vinha desprevenido
Levei um golpe daqueles
Perdendo rumo e sentido
Fui aos poucos levantado
Entendendo o acontecido
Mas só ouvia de longe
Os ovelheiros latindo

A zaina perdeu a doma
Não quis saber mais de mim
Já o gado estava ali perto
Pastando trevo e capim
Juntei meus caco no campo
Pelego, xergão, em fim
Tirando o barro das pilcha
E já coçando os micuim

Segui tropeando de a pé
Pois vinha perto das casa
Brabo feito um zorrilho
Os zóio vermelho em brasa
Mas são as coisas da lida
Quando o azar pede vaza
Mas te juro meu amigo
Me fez falta um par de asa

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