1. 1

    Lulo Scroback - Por Um Triz

  2. 2

    Lulo Scroback - Amor De Reclame

  3. 3

    Lulo Scroback - Modernidade

  4. 4

    Lulo Scroback - Cartas

  5. 5

    Lulo Scroback - Controle

  6. 6

    Lulo Scroback - Meio do Nada

  7. 7

    Lulo Scroback - Construção/Deus lhe pague

  8. 8

    Lulo Scroback - Deus

  9. 9

    Lulo Scroback - Falta Pouco

  10. 10

    Lulo Scroback - O trator, o Sol e o Saber

  11. 11

    Lulo Scroback - Ser, Estar

  12. 12

    Lulo Scroback - Tudo Passa

Construção/Deus lhe pague

Lulo Scroback

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
e atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
tijolo com tijolo num desenho mágico
seus olhos embotados de cimento e lágrima

sentou pra descansar como se fosse sábado
comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
dançou e gargalho como se ouvisse música

e tropeçou no céu como se fosse um bêbado
e flutuou no ar como se fosse um pássaro
e se acabou no chão feito um pacote flácido
agonizou no meio do passeio público

morreu na contra-mão atrapalhando o tráfego

amou daquela vez como se fosse o último
beijou sua mulher como se fosse a única
e cada filho seu como se fosse prodígio
e atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
tijolo com tijolo num desenho lógico
seus olhos embotados de cimento e tráfego

sentou pra descansar como se fosse um príncipe
comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
bebeu e soluçou como se fosse máquina
dançou e gargalho como se fosse o próximo

e tropeçou no céu como se ouvisse música
e flutuou no ar como se fosse sábado
e se acabou no chão feito um pacote tímido
agonizou no meio do passeio náufrago

morreu na contra-mão atrapalhando o público

amou daquela vez como se fosse máquina
beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
sentou pra descansar como se fosse um pássaro
e flutuou no ar como se fosse um príncipe
e se acabou no chão feito um pacote bêbado

morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
a certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

pela cachaça de graça, que a gente tem que engolir
pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague

Pela mulher carpideira, pra nos louvar e cuspir
e pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
e pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

Playlists relacionadas Ver mais playlists

Momentos

O melhor de 3 artistas combinados