- 1
Mariza - Mãe
- 2
António Zambujo - Gota de Água
- 3
Dulce Pontes - O Amor A Portugal
- 4
Alfredo Marceneiro - Amor de Mãe
- 5
Francisco José - Olhos Castanhos
- 6
Camané - Sei de Um Rio
- 7
Zeca Afonso - Grândola, Vila Morena
- 8
Amália Rodrigues - Nem Às Paredes Confesso
- 9
Estudantina Universitária de Coimbra - Balada da Despedida
- 10
Cesaria Evora - Sodade
- 11
Paulo de Carvalho - E Depois do Adeus
- 12
Carminho - Estrela
- 13
Deolinda - Seja Agora
- 14
Fernando Farinha - Mãe Há Só Uma
- 15
Frei Hermano da Câmara - Ave Maria
- 16
Carlos do Carmo - Lisboa Menina e Moça
- 17
Antonio Mourão - Oh Laurindinha
- 18
Eartha Kitt - C'est Si Bon
- 19
Tony de Matos - Só Nós Dois É Que Sabemos
- 20
Carlos Ramos - O Amor é Louco
- 21
Lenita Gentil - São João Bonito
- 22
José Afonso - A Formiga No Carreiro
- 23
Madredeus - O Pastor
- 24
Ana Moura - Desfado
- 25
Marco Rodrigues - O Tempo
- 26
Mariza - Melhor de Mim
- 27
António Zambujo - Pica Do 7
- 28
Dulce Pontes - Canção Do Mar
- 29
Zeca Afonso - Venham Mais Cinco
- 30
Amália Rodrigues - Coimbra
- 31
Estudantina Universitária de Coimbra - Madalena
- 32
Estudantina Universitária de Coimbra - À Meia Noite Ao Luar
- 33
Cesaria Evora - Besame Mucho
- 34
Carlos do Carmo - No Teu Poema
- 35
Carlos do Carmo - Canoas do Tejo
- 36
José Afonso - Minha Mãe
- 37
Madredeus - Haja o Que Houver
- 38
Madredeus - Ao Longe O Mar
- 39
Ana Moura - A Saia da Carolina
- 40
Zeca Afonso - Maio, Maduro Maio
- 41
Zeca Afonso - Minha Mãe
- 42
Amália Rodrigues - Povo Que Lavas No Rio
- 43
Estudantina Universitária de Coimbra - Maria da Fonte
- 44
Cesaria Evora - Petit Pays
- 45
José Afonso - A Morte Saiu À Rua
- 46
José Afonso - Canto Moço (Filhos de Madrugada)
- 47
Ana Moura - Andorinhas
- 48
Mariza - Maria Joana (part. Nuno Ribeiro e Calema)
- 49
António Zambujo - Eu Já Não Sei
- 50
Dulce Pontes - Laurindinha
- 51
José Afonso - Menina Dos Olhos Tristes
- 52
Zeca Afonso - Traz Outro Amigo Também
- 53
Amália Rodrigues - Uma Casa Portuguesa
- 54
Amália Rodrigues - Foi Deus
- 55
Estudantina Universitária de Coimbra - Afonso
No Teu Poema
Carlos do Carmo
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
O canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra
E um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe a esperança acesa lá no fundo
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro