Mal floria a tua infância
E também minha existência
Quando a ti me declarei.
Tu disseste que me amavas
Que para sempre me adoravas
E eu gostar de ti chorei.
Mas com tempo e a convivência
Transformei-te sem clemência
Fiz de ti uma infeliz.
Hoje estou arrependido
Dar-te a mão estou decidido
Reparando o mal que fiz.
Sei que vives na opulência
E que levas a existência
De um destino adversário.
Mas escuta criatura
Ao findar-te a formosura
Virá certo o teu calvário.
Se é certo um tal ditado
Que ao primeiro namorado
Tem-se aberta sempre a porta
Diz também o amor primeiro
Eu serei teu companheiro
e o que foste pouco importa.
Disse o Cristo a Madalena
Pecadora tendo pena
Quando um dia a fez ficar
Ao que chora e se arrepende
Mesmo quando o corpo vende
Não nega o perdão meu Pai
Invertamos pois o caso
És divina por acaso
E eu de fato pecador.
Faz o mesmo que fez Cristo
Porque a vida não resisto
Sem o meu primeiro amor.