Quando um Deus cruento
Vem sangrar meu sentimento
E do meu tormento
Põe as cordas a vibrar
Solto o pensamento
Que se perde no infinito
Desse azul bendito
Que te luz no olhar
Se teu nome pulcro
Em devoção desfio em prece
Frio em seu sepulcro
Me estremece o coração
Pedras de cristal sentimental
Correm fulgaces
Pelas minhas faces
A brilhar, rolar
Brilhas dentre as gemas
Dos poemas dos meus prantos
Choras nos quebrantos
Destas lágrimas supremas
Tu sorris das rosas
Policrômas nos aromas
Fulges no cismar
Da minha dor, do meu penar
Cantas nos enleios
Dos gorgeios mais insones
Corres pelos veios
Na campina esmeraldina
Gemes pelos seios
Esteríssimos das fontes
Pelos horizontes
No arrebol ao pôr-do-Sol
Em vestes celestes
Nos ciprestes de minh'alma
Ergues uma palma
De martírio a meu penar
Brilhas como um círio
Iluminando sobre flores
Minhas agras dores
Cor do azul do mar