Quando eu era moço novo, era guapo igual leão
Dava urro lá no mato que estremecia o sertão
Mas estou ficando velho, sem força no meu pulmão
Quero cantar e dar grito
Em vez de fazer bonito, só solto uma ronquidão
Au, au, au
Ão, ão, ão
Ai, ai, ai
Mas que baita ronquidão!
Fui até o Paraguai numa certa ocasião
Me deram água gelada na cuia do chimarrão
Numa bomba diferente das bombas do meu rincão
Tomei mate a noite inteira e voltei lá da fronteira
Au, au, au
Ão, ão, ão
Ai, ai, ai
Mas que baita ronquidão
Chegando lá em São Paulo fui cantar no Garitão
Puxei da minha cordeona e sapequei um vanerão
Tinha sede de carinho pela filha do Tião
A minha sede era tanta, me deram gelo com Fanta
E me bateu a ronquidão
Au, au, au
Ão, ão, ão
Ai, ai, ai
Mas que baita ronquidão!
Terminei a minha andança e ao voltar pro meu rincão
Já logo fui convidado pra ir na televisão
Num tal de Galpão Crioulo ou Crioulo de Galpão
Naquele baita programa, levantei a minha fama
Soltando uma ronquidão
Au, au, au
Ão, ão, ão
Ai, ai, ai
Mas que baita ronquidão!