Cheguei em casa cansado
Fui esquentar o meu feijão
Quando acendi o isqueiro
Não tava lá meu botijão
Nem pra me entreter não dava
Pois minha TV não tava
Juntamente com outras coisas
Que eu não prestei atenção
E a milícia anda muito
Muito, muito ocupada
Interditando, tudo, tudo que é estrada
Eu pensei que era o ladrão
Que ia dentro do camburão
Mas era porco e galinha
Daqui a um mês
Vai ter legumes de montão
Liguei e ninguém me atendia
Fui formalizar o B.O.
Aquele dia eu nunca mais esqueço
Eu falava assustado
Mas tudo muito detalhado
E eles só olhavam
Pra minha sandália de cabresto
Mas agora eu tô ferrado
Vou voltar de pé pra casa
Minha carteira eu acabei deixando em casa
E antes que eu esqueça
Eu perdi o meu direito
Pois não paguei talão de água e de luz
Que venceram há mais de um mês
Vai ter que ser desse jeito
Porque mesmo fazendo direito
Vocês sabem que não sabemos ler direito
Não consigo nem dormir
Pensando nos tantos Is
Nos que eu tenho que pagar
Nos que ainda estão por vir
E a minha preocupação
Até quando eu tenho que sair
Pois se tá faltando algo
Eu vou ficando por aqui
Cada dia tá mais caro
O direito de ir e vir
O direito de poder se divertir
O direito de sorrir exatamente igual
Mesmo se for frango da granja
Ou quem sabe um peru de natal
E cada dia tá mais caro
O direito de ir e vir
O direito de poder se divertir
O direito de sorrir exatamente igual
Mesmo se for frango da granja
Ou quem sabe um peru de natal