Reverência

Tiganá Santana

A água do mundo
É um olho triste por calar
A água do mundo é não lembrar

A dona do mundo faz
Do alcance o seu dizer
Ter água no corpo é merecer

Molhar é amar após
Mãe mostra o rio na foz
No pranto eu me curvo à minha mãe

A água obedece a função
Mítica do sal
A água da espera é universal
A água em seu sopro é o que erige o sonhador

Quando a vida doa ao sonho
A dor
Molhar é estender a mão
Minha mãe é minha condição

No parto à abençoa a minha mãe
E me curvo a minha mãe
Mais do que lhe abençoo

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