Fazendo cerca na Fazenda do Rosário
Resto de toco velho mandado pelo vigário
Meu camarada, eu moro aqui do lado
O terreno que tu cerca já tá cercado
Não entendi a assertiva do compadre
Se é lei chama o doutor
Se é milagre chama o padre
É muito simples, veja ali na frente
Tá vendo o laranjal, minha cerca passa rente
Terequitem, ô pra cá você não vem
Terequitem, que eu conserto a ti também
Terequitem, ô pra cá você não vem
Terequitem, te prego um prego também
Que dia quente, tem feito muito calor
Daqui a pouco meu vizinho vê um disco voador
Se visse até pedia pra descer
Quem sabe um marciano
Consegue te esclarecer
Ó meu compadre, cê tá vendo assombração
Cê num é advogado, cê num é tabelião
Nem por isso deixei de fazer o justo
Se o sujeito enxerga torto
O direito dá um susto
Terequitem, ô pra cá você não vem
Terequitem, que eu conserto a ti também
Terequitem, ô pra cá você não vem
Terequitem, te prego um prego também
Tu cerca a terra, tu cerca até o mundo
Então cerca a tua filha, toda noite aqui no fundo
Pois te conto um segredo
Cê não conta pra ninguém
Andam vendo tua mulher
Com o dono do armazém
Maledicência, eu já tô acostumado
Até dizem que o senhor é incapacitado
Eu tomo chuva, tomo ar puro de manhã
Minha saúde é de ferro, pergunte pra sua irmã
Nunca se está a salvo da falação alheia
Eis que um tipo parvo vem falar na minha oreia
Martelo prego, torniquete com serrote
Acerca de homem cego, quem tem vista dá o mote
Terequitem, ô pra cá você não vem
Terequitem, que eu conserto a ti também
(Te prego um prego também)