No dia 4 de junho de 2086
Talvez possamos sentar-nos
A falar de quê? Não sei
Do que fizemos da vida
Se a vivemos bem ou mal
No dia 4 de junho de dois mil e oitenta e tal
No dia 13 de março de dois mil e o que quiseres
Podes ser tu a marcar
Podes ser tu a escolher
Talvez possamos deitar-nos
A fazer não sei o quê
Talvez amor com a alma
Que o corpo já não se vê
Eu sei, já percebi
Acabou
Eu sei, é sempre assim
Mas ficou
Aquilo que te dei
E o que me deste a mim
Também o que não dei
Foi assim
Se achares que é tarde demais
Pode ser quando puderes
Por mim é já esta noite
Num jardim de malmequeres
Ou no meio da avenida
Deserta ou com multidão
Já pressenti o momento
Já quebrei a ilusão
Eu sei, já percebi
Eu sei, é sempre assim
Mas ficou
Aquilo que te dei
E o que me deste a mim
Também o que não dei
Foi assim
A 29 de agosto de dois mil e o que entenderes
Talvez possamos olhar-nos
Como da primeira vez
Contar a história de novo
Mudar-lhe só o final
Se não puderes nessa data
Pode ser noutra, que tal?
Se não puderes nessa data
Pode ser noutra, que tal?