Te querer tão simplesmente
Te querer como te quero
É um querer tão sincero
Que nem sei se verdadeiro
É um querer diferente
Nem tão banal nem tão mero
Mas é um querer tão vero
Tão eterno e passageiro
É, assim, sendo e não sendo
Que o querer se apresenta
Como um covarde que enfrenta
O medo que nunca sente
Meio cego, meio vendo
Sendo marasmo e tormenta
É um querer que se inventa
Um pouco triste e contente
Todo dia eu te quero
Toda noite eu te desejo
E toda tarde eu espero
O carinho e o beijo
Que em tua alma venero
É no teu corpo que vejo
Aquilo que mais eu quero
E o que menos almejo
Pois o que quero em ti
É o que quero em mim
Alimentar um querer
Sem ter começo nem fim
Que nem ouso merecer
Esse querer tanto assim
Com modos de malquerer.