Linhas livres pelos ares
Buzinas, lares, esquinas, bares
Ensinam vários
Cada qual, um dom atemporal
Bem mais que a crise, xará
Sopramos até não sobrar
Com o poder de brisa a vendaval
Pelo terceiro olho desse tornado
Vimos sua vida
E o que ela tem se tornado?
Nada suave, sua visão é Deus? Voa lá
Porque aqui tudo sempre foi magia/ voila
Asas aos áses para assim irmos além das estrelas
Astros, sem rastros, kamikazes
E há quem se atreverá a dizer que a nave mão não virá
Haveria um outro motivo pra essa terra girar?
Através do vento, nós
Levaremos bons céus aos temporais
Depois de passear nas nuvens
Seguindo as ordens naturais: Pra sempre jovens
Seremos mais plenos ao plano de paz
Sejamos mares
Em tempestades, sofremos com algumas ondas
Mas, após, aquietamo-nos
Pois a sorte tem seus azares
Com tantos corais nos ombros
Contra-gosto, aqui estamos
Pelo terceiro olho desse furacão
Não vimos seu rosto, alma nem coração
Profundo, isso? Não imagina o quanto
É quase atlantis
E eu sigo afogado em prantos
No entanto
Se choro é samba
Não naufragarei canções
Na caçamba, soluços e soluções
Pra rir de tolas projeções
Que todas decepções virem auto-críticas
Se pá, um acordo, na lógica
E eu sei que assusta
Mas, se é pelo justo
A sós, tu não tá, aposto
Que tem centelha nessa crosta
Perguntas são mais que respostas
E erros vão me levar pra provar que tem volta
Então, me solta!