Esse é o bê a bá que eu aprendi lá no sertão
Enchendo a cara de cana e a barriga de pão
Para um melhor resultado eu dei um trato no pulmão
E se o cabra for capado a culpa é do Lampião
Eu já conheço as pistoleira e cansei de mulher rampeira
A única que não me cansa é a tal de Maria tonteira
Por ela eu como vidro, subo a nado cachoeira
Se ela vier prensada apertada é mais maneira
Cala boca abestado, deixa de falar besteira
Solução de maconhado é tapar o Sol com a peneira
E quando tu tiver crescido e teu pinto tiver comprido
A vida lhe será cruel
Mostrando todas as faces e amargando como fel
Obrigado, sim, senhor, por se mostrar preocupado
Só que essa conversa velha é coisa de bebum safado
Que num fez nada na vida e com essa língua comprida
Só quer atrasar o meu lado
E pra completar a história eu vou chamar um cheira-fundo
O nariz é de batata e a fama é de vagabundo
Ele acredita em besta-fera e também no fim do mundo
Pra vocês eu apresento: Raimundo
O meu nome é Raimundo e comigo não tem vez
Se arengar comigo eu vou lá e mato vocês
Porque eu não penso duas vez, só conto até três
Se tu quer saber o que eu faço, fale tudo que tu fez
Falo da vida nordestina porque a morte severina
É sempre o mesmo negócio
Se eu posso logo faço, só não faço quando não posso
Menina, se eu te pego, eu não deixo é nem os ossos
E se perguntarem quem te viu