Eu sou o samba, rei do povo brasileiro
Sou o batuque da X-9 nos terreiros
De ogum meu padroeiro e de todos os orixás
Na pulsação que vem dos ancestrais
Quando o toque ritmado toca o destino
Cada passo mostra o que passou
Sou um contador e conto a dor de um peregrino
Um som divino me enfeitiçou
Vi os ibejis beijarem a sorte
A morte singrar o oceano
Mudaram os ares, os mesmos olhares
Ferida no corpo, a alma espelha
Rufam tambores que marcam a pele vermelha
O som da marujada
Na tribo que festeja
Encanta a batucada
Começa a peleja
Rito da moça na aldeia
Tom que passeia no ar
É valor de mina longe a ecoar
Arrasta-pé no chão rachado
Poeira vagueia ao luar do sertão
Brilham forró e xaxado
Festa do divino e são João
Gira a saia e abre a roda
Alegria transborda também na Bahia
Maracatus, caboclinhos
Seguindo caminho que a fé irradia
No ticumbí, no catopês
Pandeiros, ganzás, xequerês
Dos atabaques do jongo à folia de reis
A Zona Norte desfila e emociona outra vez