Eu vou te contar que você não me conhece
E eu tenho que gritar isso, porque você está surdo
E não me ouve
A sedução me escraviza a você
Ao fim de tudo, você permanece comigo
Mas preso ao que eu criei
E não a mim
E quanto mais falo sobre a verdade inteira
Um abismo maior nos separa
Você não tem um nome, eu tenho
Você é um rosto na multidão
E eu sou o centro das atenções
Mas a mentira da aparência do que eu sou
E a mentira da aparência do que você é
Porque eu
Eu não sou o meu nome
E você não é ninguém
O jogo perigoso que eu pratico aqui
Ele busca chegar ao limite possível de aproximação
Através da aceitação da distância e do reconhecimento dela
Entre eu e você existe a notícia que nos separa
Eu quero que você me veja a mim
Eu me dispo da notícia
E a minha nudez, parada, te denuncia e te espelha
Eu me delato
Tu me relatas
Eu nos acuso e confesso por nós
Assim me livro das palavras
Com as quais você me veste
Eu sei que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito
Todo próprio de amar e de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
Eu faço e desfaço, contrafeito
O meu defeito é te amar demais
Palavras são palavras
E a gente nem percebe o que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mas o importante é perceber
Que a nossa vida em comum depende só
E unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar
Palavras são palavras
E a gente nem percebe o que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mas o importante é perceber
Que a nossa vida em comum depende só
E unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar