Tem uma ponta de lança Na testa do meu tordilho Que não clareou o escuro Do seu pelo de potrilho E por batismo destino Tem pouco tempo de freio Um rancho erguido dos cascos E o lombo pra dois arreio
Um olhar de açude grande Sem remansos pelo vento Que na sombra do topete Resguarda seu sentimento Sustenta a estância no laço Na lida com a gadaria Tranco manso pra um poeta Ir rabiscando a poesia
Tempo, tempo, era o nome do pingo Costeava no corredor Pai da manada tordilha Da templa de algum rigor Desses que até a encilha Guarda saudades do trote No olhar da minha esperança Firmei a trança da sorte
Por diante a zaina esperança Era sinuelo dos potros Dos que acolhero na vida Sempre domando pros outros Depois da cincha apertada E de enganchar a barbela Eu tinha égua pra o mundo Quando varasse a cancela
No arame um fio da crina Que restou da primavera Do romance um tordilho Depois das luas de espera Hoje de cima do arreio Um recuerdo na mirada Onde a Esperança no Tempo Fez meu Destino na estrada Onde a Esperança no Tempo Fez meu Destino na estrada
Tempo, tempo, era o nome do pingo Costeava no corredor Pai da manada tordilha Da templa de algum rigor Desses que até a encilha Guarda saudades do trote No olhar da minha esperança Firmei a trança da sorte
Onde a esperança, no tempo Fez meu destino na estrada