Existe um rincão presente Donde eu me faço cativo Rincão de pasto nativo Sombra de mato e vertente Está guardado na gente E igual a pampa, se espalma É o velho rincão da alma Sábio que ensina silente!
Pulsando a vida nas veias O coração não descansa Nele reside a esperança Que não respeita maneias O coração corcoveia Noutras, tranqueia com calma É o velho rincão da alma Onde a consciência mateia!
Rincão da alma é um galpão Onde se guarda o que é raro O inestimável mais caro Além do sim e do não Cada um faz seu rincão De sonho ou ponta de faca Uns no bolso da guaiaca E outros no coração
Rincão da alma é um ranchito De pau-a-pique e capim Erguido dentro de mim E onde eu me escuto solito Mas é um palácio bonito Pra quem cultiva o apreço Pelos valores sem preço Por isso mesmo infinitos