Desde o dia em que nasci
nunca resisti
Em ser um cara cheio de mulheres
Estudei em colégios, de Burgueses
Só não morava em Casarão
Porque meu pai não era ladrão
Eu não nasci pra ser pobre
Eu não nasci pra ser pobre
Suicidio não é a saída
Roubar nem pensar
Mas sem dinheiro não dá
Pra me alimentar
Eu não nasci pra ser pobre
Eu não nasci pra ser pobre
Sábado, o que eu vou fazer
Não tenho carro, não tenho grana
E só vontade de viver
Eu não nasci pra ser pobre
Eu não nasci pra ser pobre
O preço do Feijão
Não cabe no poema
O preço do Arroz
Não cabe no poema
Não cabe no poema
O Gás, a Luz
O Telefone, a sonegação
O preço do Leite, do Açúcar, do Pão
O Funcionário Publico
Não cabe no poema
Com seu salario de fome
Sua vida fechada em arquivos
Como não cabe no poema
O Operário que esmerilha
Seu dia a dia
Aço e carvão
Nas oficinas escuras
Porque o poema
Senhores está fechado
Não há vagas
Eu não nasci pra ser pobre
Eu não nasci pra ser pobre
Eu não nasci pra ser pobre
Eu não nasci pra ser pobre