Meu ultimo corte eu acabei de dar
Minha navalha ja esta gasta tenho que trocar
Não sei se vou trocar, nao sei se quero usar
Eu ja nao tenho mais espaço para me marcar
Meu corpo virou bloquinhos de anotações
Não consigo distinguir quais são os arranhões
Quais são decepções, e o que foi por prazer
Se é um vicio eu não sei e não posso dizer
Minha navalha marca mais que a tinta de uma caneta
Não importa se ê azul, vermelha ou tinta preta
Não que eu mereça ou faça por prazer
Mas simplesmete dela eu nao consigo desfazer
Troco uma dor por outra dor se necessario for
Vou me cortar ate saber o meu real valor
A cada corte uma lembrança da dor que eu senti
E as minhas marcas só retratam tudo que vivi
Ok! Sei da sua dor e os motivos que assim levou
Mas sei também que nada disso se explica em dor
Seja onde for que errou, tente ficar de pé
Se não em amor, em algo tenha fé
Vamos, mostre seus cortes para todos ver
Alguns vao rir, e outros ajudar você
Não tem o que esconder, apenas reviver
As cicatrizes vao ficar pra sempre com você
Mas faca delas sua eterna inspiração
Olhe pra elas e então tire da sua mão
Aquele seu facão que a real dor causou
Jogue pra longe junto com odio e rancor
São mil motivos que farão tu abaixar a cabeça
Mais são dez mil que assim farão que tu esqueça
Levante a cabeça, estenda sua mão
Pra ajudar aqueles com o facão na mão
Tão vai, rabisque o braço com uma caneta
Faça um desenho e não se importe com que tinta seja
Tenha certeza que isso não te fara mal
Porque depois do banho tudo volta ao normal