O touro berrou nos cerros e descambou rumo à grota
Não houve grito de Volta! Que levasse pro rodeio
Aos poucos os companheiros foram perdendo pro touro
Sobrou eu e os meus cachorros e o meu lobuno estreleiro
Enquanto eu for peão campeiro e andar montado a cavalo
Os homens mandam no gado e os touros levam costeio
Semo dois, feio por feio, macho por macho, empatemo
E eu tenho contra-veneno pra quem refuga rodeio
Ah! Touro véio, eu vim, e um cupinudo assim
Não vai pro mato se passar por mim
Eu não sou de me achicar e o que tem que ser será
Quando a trança do meu laço for pro espaço e terminar
Se Deus quiser trago o touro, se não quiser também trago
Que o laço é Deus no meu pago e os santos são os cachorros
Se eu fiz esse milongão, eu fiz porque me garanto
E nunca dependi de santo pra cuidar da obrigação!
Eu quero é touro laçado no ladeirão desse cerro
Pois, se tocar ir pro inferno cheguemo tudo emendado
E se tocar de ir pro céu numa rodada de estouro
Vão junto as aspas do touro na ponta do meu sovéu
Ah! Touro véio, eu vim, e um cupinudo assim
Não vai pro mato se passar por mim
Eu não sou de me achicar e o que tem que ser será
Quando a trança do meu laço for pro espaço e terminar
Arrojo meu lobunão, corto o rastro e mando a corda
E a vida que encontre a forma de clarear esta cerração
Saio trancando o garrão, meu povo trás esse jeito
Se faz o que é pra ser feito, depois se ajeita o tirão
Ah! Touro véio, eu vim, e um cupinudo assim
Não vai pro mato se passar por mim
Eu não sou de me achicar e o que tem que ser será
Quando a trança do meu laço for pro espaço e terminar