Quando o céu cebruno se tinge em rosado
E meio encabulado vem parir o dia
Já me encontra de boçal tirado
Jerviando um amargo de erva guria
A pampa menina despida espreguiça
Suaves primícias de nudez tão crua
Só quem madruga goza das alvícias
De tê-la assim imaculada e nua
A mãe natureza que embalava a noite
De pronto se emponcha de um amor fugaz
E deixa a ternura de suas cantilenas
Pra engajar-se a um canto de um clarim de penas
Que acorda a pampa pra um dia de paz
Na vanguarda insone dos primos albores
Vou lembrando amores, cambichos e anseios
E as águas alvas das sangas são prantos
Que entoam cantos pra os meus devaneios
Mas o sol não para, parece apressado
Timbrando em dourado o pó do corredor
Já se foi a aurora, é chegado o dia
Já roncou a cuia, foi-se a fantasia
Lá se foram sonhos de um madrugador