- 1
João Chagas Leite - Desassossegos
- 2
João Chagas Leite - Sol de Abril
- 3
João Chagas Leite - Seiva de Vida e Paz
- 4
João Chagas Leite - Por Quem Cantam Os Cardeais
- 5
João Chagas Leite - Amigos do Rio Uruguai
- 6
João Chagas Leite - Ave Sonora
- 7
João Chagas Leite - Hei Amigo
- 8
João Chagas Leite - Partida
- 9
João Chagas Leite - Chasque De Violão
- 10
João Chagas Leite - Alerta de Sangue
- 11
João Chagas Leite - Fronteira Oeste
- 12
João Chagas Leite - Madrugador
- 13
João Chagas Leite - Penas
- 14
João Chagas Leite - Trem da Querência
- 15
João Chagas Leite - Conto de Fadas
- 16
João Chagas Leite - Apito Final
- 17
João Chagas Leite - Astronauta De Papel
- 18
João Chagas Leite - Ciranda
- 19
João Chagas Leite - Cria Enjeitada
- 20
João Chagas Leite - Messes Profanas
- 21
João Chagas Leite - Milonga Pra Uma Revolução
- 22
João Chagas Leite - Pelo Sul
- 23
João Chagas Leite - As Devas
- 24
João Chagas Leite - Baú de Mascate
- 25
João Chagas Leite - Caso Sério
- 26
João Chagas Leite - Com A Espanha No Coração
- 27
João Chagas Leite - Coração Profano
- 28
João Chagas Leite - Corações Guitarreiros
- 29
João Chagas Leite - Dos Que Tem Amigos
- 30
João Chagas Leite - Longa Jornada
- 31
João Chagas Leite - Marcha Dos Aflitos
- 32
João Chagas Leite - Mulher Mandida
- 33
João Chagas Leite - No Compasso do Meu Mundo
- 34
João Chagas Leite - O Que Dói Na Solidão
- 35
João Chagas Leite - Querendo Te Encontrar
- 36
João Chagas Leite - Quero Provar Que Te Amo
- 37
João Chagas Leite - Semeadores de Agora
- 38
João Chagas Leite - Tatuagem
- 39
João Chagas Leite - Um Brinde À América Latina
No Compasso do Meu Mundo
João Chagas Leite
Num vento brandindo o pala bem desabado nos ombros
Por que este ano o inverno se acomodou por aqui
Mas não pega assim no másquem traz Rio Grande em si
Uma baia gaviona refugou bem na porteira
Mas meu gateado bragado pede o freio na mangueira
E o sol espia a campanha botando um gosto no mate
E vai quarteando a peonada pra mais um dia de embate
As esporas se despedem e se apartam pra casa lado
Aquerenciadas ao garrão das botas cano virado
Pois guardam pelas rosetas alguma balda de potra
Pra contarem no silêncio do galpão uma pra outra
Meu gateado pelo grosso mordendo o jogo do freio
Vai rangindo os paysandú que só descansa se me apeio
Trazendo pras campereadas algum verso mais sonoro
Arrinconando os estribos aos braços fortes dos loros
Do vento sopra uma copla que do mato pede abrigo
Parece até que se perde repontando um sonho antigo
E o que vejo me basta pra esta vida de rural
Um quero-quero cantando e o gado lambendo sal
As armadas retovam tentos onde figuram rodilhas
E uma pampa vai na volta sustentada na presilha
Pois a lida assim tranqueia campereando a várzea do fundo
E o dia segue a passo no compasso do meu mundo