Rasga o Coração (Choros No.10)
Se tu queres ver a imensidão do céu e mar
Refletindo a prismatização da luz solar
Rasga o coração
Vem te debruçar
Sobre a vastidão do meu penar
Sorve todo olor
Que anda a recender
Pelas espinhosas florações do meu sofrer
Vê se podes ler nas suas pulsações
As brancas ilusões e o que ele diz no seu gemer
E que não pode a ti dizer nas palpitações
Ouviu brandamente, docemente a palpitar
Casto e purpural num treno vesperal
Mais puro que uma cândida vestal
Rasga o que hás de ver
Lá dentro a dor a soluçar
Sob o peso de uma cruz de lágrima a chorar
Anjos a cantar
Preces divinais
Deus a ritmar seus pobres ais