Quando você me pergunta se eu sou alienado
Ao invés de minha amante vira meu adversário
Me defende todo dia, toda noite contra-ataca
Você diz que sabe tudo, agora não sabe nada, eu sei!
Eu sei que a máfia é careta quando negocia com Deus
La mama extrema direita, o filho com grana é ateu
O povo, o povo é otário, quando vota sem saber porque
Em candidatos preparados pra um teatro, dirigido pelos donos da TV
E os burocratas com a fama de bacana
Bancam bacanais com a cobiça e a ganância
Os grandes banqueiros e o Cartel Industrial
Sabem de tudo, eu sei!
Eu sei que a AIDS é foda, e a dengue e a malária urbana
Uma veio do laboratório e a outra da poça de lama
Tragédia, na realidade, é o planeta transformado num mangue
Onde sempre os mais miseráveis pagam o pato com suor e sangue
E os inocentes vão ficar com toda culpa
Como os anarquistas quem um dia foram a luta
Todos em silêncio vão viver o absurdo
De saber tudo, eu sei!
Eu sei que o vício da moda é o excesso de informação
Enquanto o caos organiza a natureza, ecologia vira religião
Será que está no futuro o sentido da contradição
Que quer resolver o mundo na base de talento e paixão
E a intuição vai procurando novas leis
Cada um por si, todos pela multidão
Como se o ID desse ao Ego seu poder
De saber tudo, eu sei!
Só sei que eu sei que nada sei
Só sei que eu sei que sou