Se soubesse meu bem O quanto eu sinto Por redigir este requiem Neste triste céu de agosto Eu desgasto e gasto e fim N'onde pouco que me resta É um porém, sim Mas o choro, ouve
Sabe a dor que está aí? Sabe quando reza pelo fim? Vai passar, vai passar Sabe o vazio que habita em ti? Sabe o amanhã que viu ruir? Vai passar, vai passar
Meu bem, se eu pudesse ter Um efêmero zéfiro a mais Te diria que as dores do seu mundo passarão Antes que entoem seu pior trovão Antes que troveje-lhe o último refrão
Sabe o mal que te aflige? Sabe a ira que te consome? Vai passar, vai passar Sabe quando tudo é culpa E só há desespero? Então, também vai passar Vai passar
Quando o Senhor de todo temor Perder a contenda que há no seu peito Angustiado, sofrido
Sabe o orgulho? Vai cair Sabe a solidão? Vai sumir Vai passar, vai passar Sabe a memória? Vai trair Mesmo que esqueça-me Vai passar, vai passar Tudo passa Passa, passa, passa