O velho pé de ipê ao pé da serra Estende os braços pro desfiladeiro Carrega sobre os ombros toda história Que viu e ouviu ao pé do tabuleiro
É dono do silêncio mais profundo Que por sinal é o som mais verdadeiro De tudo o que se passa neste mundo De tudo o que é eterno e passageiro
Seus braços bem abertos para a vida Acenam de um modo sobranceiro Despedem quem já estava de partida E acolhem quem fugiu do aguaceiro
E eu que só estava de passagem Me sinto em casa neste paradeiro Deixei de lado o peso da bagagem E repensei meu rumo, meu roteiro E recontei meus passos de andeiro