Não existe céu
Esse tempo é negro
Não existe Lua
Ela fugiu com medo
Sem saber porque
Cadê o grito
Na garganta rouca
O suor da fruta
É uma gota
Da saudade amiga
Que eu não sei dizer
Menor rima é manto
Pois meu canto é fino
No estranho instante
A distante emenda
Hoje, hoje, hoje
Agora é venda na cidade grande
Hoje, hoje, o tempo não tem tempo
De parar um só momento
Hoje, hoje, o sentimento
Subiu como fumaça no vento
A estrada longa é concreta
É dura a luta na cidade pura
É cansaço, é busca que invade o falso
Que invade o falso
A maldade grande
No meu lombo negro
Meu olhar tão meigo
Que eu não sei dizer
Sei lá, sei lá
Sei lá porque
Sei lá, sei lá
Sei lá porque