O Sol raiou e despertou-me do sossego
Só tenho agora o cantar dos bem-te-vis
Enquanto eu faço uma oração ao desapego
Ouço lá fora o avoar das juritis
E quando mais eu me aproximo da varanda
Sinto o cheiro do perfume dos jasmins
E pela fresta da janela entra o Sol
No seu primeiro manifesto só pra mim
Minha pressa agora é dar de comer às galinhas
Tirar o leite da vaquinha magali
Quando no rádio a hora acerta uma canção
Enquanto encosto a barriga no fogão
Não tenho mais o que dever pelo meu dia
Me resta a rede, a sombra fresca e água fria
E quando a tarde vai avermelhando o céu
Vou contemplar o pôr do Sol e a calmaria