Com açúcar, com afeto Fiz seu doce predileto Pra você parar em casa. Qual o quê! Com seu terno mais bonito Você sai, não acredito Quando diz que não se atrasa.
Você diz que é operário. Sai em busca do salário Pra poder me sustentar. Qual o quê! No caminho da oficina Há um bar em cada esquina Pra você comemorar Sei lá o quê.
Sei que alguém vai sentar junto; Você vai puxar assunto Discutindo futebol. E ficar olhando as saias De quem vive pelas praias Coloridas pelo sol.
Vem a noite e mais um copo, Sei que alegre 'ma non troppo' Você vai querer cantar. Na caixinha um novo amigo Vai bater um samba antigo Pra você rememorar.
Quando a noite enfim lhe cansa, Você vem feito criança Pra chorar o meu perdão, Qual o quê! Diz pra eu não ficar sentida. Diz que vai mudar de vida Pra agradar meu coração.
E ao lhe ver assim cansado, Maltrapilho e maltratado, Ainda quis me aborrecer, Qual o quê. Logo vou esquentar seu prato. Dou um beijo em seu retrato E abro meus braços pra você.