- 1
Facção Central - Eu Não Pedi Pra Nascer
- 2
Facção Central - Desculpa, Mãe
- 3
Facção Central - Castelo Triste
- 4
Facção Central - Estrada da Dor 666
- 5
Facção Central - Hoje Deus Anda de Blindado
- 6
Facção Central - Aonde o Filho Chora e a Mãe Não Vê
- 7
Facção Central - Outro Caminho
- 8
Facção Central - O Espetáculo do Circo dos Horrores
- 9
Facção Central - A Marcha Fúnebre Prossegue
- 10
Facção Central - A Minha Voz Está No Ar
- 11
Facção Central - Aparthaid No Dilúvio de Sangue
- 12
Facção Central - 12 De Outubro
- 13
Facção Central - Proteção
- 14
Facção Central - Roleta Macabra
- 15
Facção Central - O Menino do Morro
- 16
Facção Central - Espada No Dragão
- 17
Facção Central - Pomba Branca
- 18
Facção Central - Anjo da Guarda Vs Lúcifer
- 19
Facção Central - Isso Aqui É Uma Guerra
- 20
Facção Central - Conversando Com Os Mortos
- 21
Facção Central - A Boca Só Se Cala Quando o Tiro Acerta
- 22
Facção Central - Front de Madeirite
- 23
Facção Central - O Rei da Montanha
- 24
Facção Central - Pacto Com o Diabo
- 25
Facção Central - Bala Perdida
- 26
Facção Central - Brincando de Marionete
- 27
Facção Central - A Bactéria FC
- 28
Facção Central - Colecionador de Lágrimas
- 29
Facção Central - Apologia Ao Crime
- 30
Facção Central - Cartilha do Ódio
- 31
Facção Central - A Guerra Não Vai Acabar
- 32
Facção Central - Abismo das Almas Perdidas
- 33
Facção Central - Discurso Ou Revólver
- 34
Facção Central - Sei Que Os Porcos Querem Meu Caixão
- 35
Facção Central - CNN Periferica
- 36
Facção Central - O Homem Estragou Tudo
- 37
Facção Central - Sem Luz No Fim do Túnel
- 38
Facção Central - Alcatraz
- 39
Facção Central - Justiça Com As Próprias Mãos
- 40
Facção Central - Eu Não Pedi Pra Nascer
- 41
Facção Central - Sonhos Que Eu Nao Quero Ter
- 42
Facção Central - De Encontro Com a Morte
- 43
Facção Central - Enterro de Um Santo
- 44
Facção Central - Um Gole de Veneno
- 45
Facção Central - A Paz Está Morta
- 46
Facção Central - Assalto a Banco
- 47
Facção Central - Dias Melhores Não Virão
- 48
Facção Central - São Paulo - Auschvitz Versão Brasileira
- 49
Facção Central - Vidas Em Branco
- 50
Facção Central - Estamos de Luto
- 51
Facção Central - Livro de Auto Ajuda
- 52
Facção Central - Quando É Que Vão Olhar Pro Inferno
- 53
Facção Central - Sangue, Suor e Lágrimas
- 54
Facção Central - A História de Um Traficante
- 55
Facção Central - Aperte o Gatilho Por Favor
- 56
Facção Central - Chico Xavier do Gueto
- 57
Facção Central - Eu Tô Fazendo o Que o Sistema Quer
- 58
Facção Central - Sem Limites
- 59
Facção Central - O Passageiro da Agonia
- 60
Facção Central - Reflexões do Corredor da Morte
- 61
Facção Central - Um Grito de Socorro
- 62
Facção Central - Vão Ter Que Algemar Meu Cadáver
- 63
Facção Central - 765 Motivos Pra Morrer
- 64
Facção Central - A Capela dos 50.000 Espíritos
- 65
Facção Central - Cortando o Mal Pela Raiz
- 66
Facção Central - De Mãos Dadas Com o Inimigo
- 67
Facção Central - Em Nome da Honra
- 68
Facção Central - Feridas Leves
- 69
Facção Central - Homenagem Póstuma
- 70
Facção Central - O Circo Chegou
- 71
Facção Central - O Show Começa Agora
- 72
Facção Central - Somos Assim (Juventude de Atitude)
- 73
Facção Central - A Informação É a Luz
- 74
Facção Central - A Mil Anos Luz da Paz
- 75
Facção Central - Cada Um Na Sua Função
- 76
Facção Central - Lágrimas de Sangue
- 77
Facção Central - Memórias do Apocalipse
- 78
Facção Central - Mensagem Ao Céu
- 79
Facção Central - No Fim Não Existem Rosas
- 80
Facção Central - Pavilhão dos Esquecidos
- 81
Facção Central - Quando Eu Sair Daqui
- 82
Facção Central - Aqui Ela Não Pode Voar
- 83
Facção Central - Aqui São Teus Cães
- 84
Facção Central - Detenção Sem Muros
- 85
Facção Central - Dia dos Finados
- 86
Facção Central - Pesadelo do Sistema
- 87
Facção Central - Prisioneiro do Passado
- 88
Facção Central - Vozes Sem Voz
- 89
Facção Central - A Cidade É Nossa
- 90
Facção Central - A Vida Ensina
- 91
Facção Central - Não Quero Ser o Próximo Defunto
- 92
Facção Central - O Poder Que Eu Não Quero
- 93
Facção Central - O Que Os Olhos Vêem
- 94
Facção Central - Prepara as Algemas (part. A286)
- 95
Facção Central - Tecla Pause
- 96
Facção Central - Tensão
- 97
Facção Central - A Cor
- 98
Facção Central - A Malandragem Toma Conta
- 99
Facção Central - A Pomba Branca Tem Dois Tiros No Peito
- 100
Facção Central - A Vida de Muitos
- 101
Facção Central - Artista Ou Não
- 102
Facção Central - Cicatrizes
- 103
Facção Central - Fone Maldito
- 104
Facção Central - No Trilho do Vale da Sombra
- 105
Facção Central - Nós Por Nós
- 106
Facção Central - Resgate
- 107
Facção Central - Território de Ladrão
- 108
Facção Central - Vida Baixa
- 109
Facção Central - A Paz É Uma Pomba Branca
- 110
Facção Central - Ainda É Tempo
- 111
Facção Central - Confiar Em Quem
- 112
Facção Central - Guerra PT. 2
- 113
Facção Central - Inimigo do Estado
- 114
Facção Central - Interlúdio
- 115
Facção Central - Introdução
- 116
Facção Central - Jarro de Pandora
- 117
Facção Central - Mulheres Negras
- 118
Facção Central - Observando o Rio de Sangue
- 119
Facção Central - Sonhei Com o Céu
- 120
Facção Central - Um Lugar Em Decomposição
- 121
Facção Central - Atrás das Grades
- 122
Facção Central - Caixão Lacrado
- 123
Facção Central - Caverna de Monstro
- 124
Facção Central - Dia Comum
- 125
Facção Central - Homens da Lei
- 126
Facção Central - Mundo (part. Sérgio Saas)
- 127
Facção Central - Nada É Mais Como Antigamente
- 128
Facção Central - O Pesadelo Prossegue
- 129
Facção Central - País do Futebol
- 130
Facção Central - Pilantras
- 131
Facção Central - Quem Me Protege Não Dorme
- 132
Facção Central - Roube Quem Tem
- 133
Facção Central - Senzala Nunca Mais
- 134
Facção Central - Soldados da Nova Era
- 135
Facção Central - Sonho de Menino
- 136
Facção Central - Time Pelo Time
- 137
Facção Central - Um Mundo Melhor
- 138
Facção Central - Carnificina
- 139
Facção Central - Estamos Vivos
- 140
Facção Central - Estratégia
- 141
Facção Central - Finalização
- 142
Facção Central - IML
- 143
Facção Central - Inimigo Nº1 do Estado
- 144
Facção Central - Inimigos Do Estado
- 145
Facção Central - Morte Sem Lembrança (part. A286)
- 146
Facção Central - Não Dê a Sua Cara a Tapa
- 147
Facção Central - O Que o Sistema Quer
- 148
Facção Central - Pra Vocês Faccionários
- 149
Facção Central - Sistema Brutal
Brincando de Marionete
Facção Central
Sirenes, viaturas, calibres, 12, 38, veja as manchas no chão
O carro preto e branco define a atração
17, caiu pelo Pioneer CD na mão, a arma foi Glock
Fulano sem Ibope, cinco na cabeça, passaporte pra morte
A sigla IML, define seu caminho
Oitava gaveta na geladeira, um cadáver decomposto
Do estilo que bóia no rio
Defunto pra pesquisa, olha o ponto do legista
Pobre é fundamental pra medicina
Corta o cérebro, arranca o pulmão, abre o peito no meio e come o coração
É míssil teleguiado, controle remoto
Marionete do sistema brasileiro de corpos
Sei que os porcos batem palmas pro meu caixão
Que deliram no cemitério, na detenção
Com nosso sangue escorrendo no chão
Querem grampo no meu pulso
Me ver apodrecendo no X de uma delegacia
Esperando na febre, a quarta feira meu jumbo, a minha visita
Se pá um risco de cocaína, querem ver o meu ódio
Minha semiautomática jogando na Rota
Vela acesa meus pêsames, outro cadáver pá, outra vitima morta
Me querem de quebrada com um na cinta
E o bolso entupido, intrujando um toca fita
E dando 5g pro seu filho
Uma AR15 fodendo o carro forte, uma AR15 num banco, bebendo seu sangue
Em busca do cofre, uma facada no peito do pilantra
Uma rajada nos playboys filhos da puta de Zoomp, Fórum
Tirando um racha com suas piranhas
Bomba relógio no seu escritório
Quero ver me olhar com nojo, sem fax, computador, celular, no seu velório
Não vou estar no chão te estendendo a mão, ou comendo seu lixo
Use seu dinheiro pras putas das boates, pra faculdade do seu inútil filho
Use o dinheiro pra whisky, carro esporte
Pro buffet do hotel de luxo, não cheiro da sua farinha
Tenho dignidade, não meto os cano na sua raça não vejo futuro
Real Salut, bala 12, lagosta, caviar
Faça o seu papel, não abra o vidro no farol
Não estenda o pulso com Rolex, pra 380 não atirar
Ou pra ver não ver o moleque com o nariz escorrendo
Com roupas rasgadas, queimado de cigarro, feridas no corpo, fedendo
Se fodendo mendigando dinheiro
Pra uma mãe ou pai, filhos da puta pra cachaça, cigarro, crack
Que neurose, o desespero
Aí o sangue sobe, tem que ter enterro
Tiro de escopeta na cara, o álcool queimando pelo corpo inteiro, pelo corpo inteiro
Aí você atrás das grades
Aí você com o ferro, fazendo boy pagar pedágio
Seu B.O. no carro forte, assalto a banco
São apenas peças de um jogo
Onde matar ladrão é mais o fácil, é o aceitável
Aqui se joga na cadeia, não é pra se regenerar, é pra ver detento se matar
Se joga crack na favela, e se espera o resultado
Abra-cadabra, chove finado
Já assinei um 12, sei como é lá dentro
Aqui fora descobri que detento tem rótulo na testa
Tatuagem, carimbo pra sempre detento
Eterno marionete, caí na armadilha
Faça o contrário fulano, aposente os calibres
Dispense a farinha, desfaça a quadrilha
Raciocine com o cérebro não com os calibres
O meu caminho eu mesmo traço é Dundum, Facção
Bem longe do crime, é o sistema brincando de marionetes
Brincando de Marionetes
É o sistema brincando de marionetes
Brincando de Marionetes
É o sistema brincando de marionetes
De braços abertos sobre a cabeça de outro cadáver está Jesus
Dando como prêmio a sua benção
E aceitando quem quer que seja sob a sua cruz
Não pede holerite, não olha a cor, não puxa o DVC
Não importa se fez faculdade, se tem curso superior
Ou se derrubou uns três antes de morrer
Nunca li a Bíblia, mal passei em porta de igreja
Nunca botei fé em religião
Só tenho Deus e uma certeza
Que aqui no inferno, até o diabo tem perdão vai pra cima
Que todo homem merece misericórdia, a graça de Nossa Senhora Aparecida
O detento puxando quatro de ponta revezando seu sono atrás das grades
Enquanto uns dormem outros sonham com a liberdade
O moleque com a mão estendida querendo um pedaço de hot dog
Se contentando, ficando feliz com resto da sua fanta, apenas um gole
O mano HIV positivo na UTI, na cama do hospital
Ou o deficiente sem sorriso, que sonha com sua moeda de 5, 10, 25
Qualquer real, se segura na mão de Deus e vai, diz o verso da canção
Mansão, iate, ouro, dólar, são em vão
Preto ou branco, rico ou pobre, pro buraco só leva o caixão
180 por hora, passou estilo carro de corrida
Pacoteira no bolso, Honda Civic, estalado de cocaína
O perfil do jovem de bem, brasileiro do tipo que queima índio com álcool
O santo, o filho do juiz, o bom exemplo
A justiça no Brasil é pro detento na detenção
Que destrói o pavilhão com as mãos
Bota fogo, joga pedra no PM cuzão
Aí o promotor condena
Cola Globo, SBT, revista Veja querendo a notícia
O nosso sangue é manchete pro empresário que ouve a vida do rádio do seu carro
Com seu motorista 111 no saco, isso sim, que é justiça
Sua raça cheira mata, derrete o cachimbo
Paga o honorário, pá e pum advogado ta lá pra tirar
E o delegado sorrindo, mas se a minha ta na cinta se liga na bronca
Sou assassino confesso sem defesa
Trinta de ponta, se enquadram minha goma, reviram a gaveta, já era o
Guarda-roupas
Abrem o som, a TV atrás de flagrante
Vários chutes na boca, desrespeitam a minha mulher, minha filha
Sem mandado um batalhão de gambé na minha sala dando coronhada
Apavorando minha família
Não fui criado nos Jardins nem no Morumbi
Não me hospedo em hotel cinco estrelas
Não tenho motorista, uma BMW, esperando por mim
Nasci pra assalto a banco e carro forte
Pra ser o elo da farinha da playboyzada pra favela
O justiceiro que respira morte, o assassino que abre sua cabeça no meio por
Dinheiro
Ou o sequestrador que te queima, te tortura, te esfaqueia no cativeiro
Que pega seu filho pelo pescoço de refém, exige carro, armas
E espalha os miolos dele, como se fosse um cachorro
Como se fosse ninguém
Só o livro a caneta, o lápis e o caderno
Evitam que o Eduardo do céu seja o Eduardo do inferno
Esqueça toda essa porra de B. O., fita boa, armamento é tudo ilusão
Dê um abraço no seu pai, sua mãe, sua mina, isso sim, é real não dá sangue
Não dá caixão
Seu trampo, seu estudo brecam o cano do PM
Pobre informado, engatilhando o raciocínio
É embaçado qualquer país treme, quando a sirene do carro funerário tocar
Entre as flores lá no caixão
Quero ver o mano digno, não marionete, que morreu na mão da Rota
Apenas outro ladrão, aqui diz Facção, Facção
Brincando de Marionetes, é o sistema brincando demarionetes
Brincando de Marionetes, é o sistema brincando demarionetes
Aí mano aposente seu calibre, dispense a farinha, desfaça a quadrilha, o
Nosso sangue, o cadáver embaixo do jornal, o moleque fumando crack, é o que
O sistema brasileiro de corpos quer, pobre se matando, pobre trocando tiro
Entre si, pobre morrendo na mão da polícia, pobre no cemitério, seu trampo e
Seu estudo brecam o cano do PM, mano informado, digno se valorizando é
Embaçado mano, o Brasil treme, Eduardo
Dundum, Erick 12, Facção Central
1998, Brincando de Marionetes