Quem dera,
Pudesse eu ser um passarinho,
De vida breve,
Quando ele cresce,
E sai do ninho.
Pois ele voa levemente,
Enquando eu ando me arrastando,
Lentamente.
Quem dera,
Eu fosse rosa em primavera,
Simples botão qualquer,
Murchando assim,
Que se tornou mulher.
Pois ela murcha simplesmente,
Enquanto eu seco amargamente,
Lentamente.
Como seria tão melhor,
Se fosse dado a mim,
A graça de escolher.
Se muito antes de nascer,
Me perguntassem:
E eu pudesse respoder;
Voce ai que vai nascer,
Tem o direito de querer
E desejar.
E sem temor e sem temer,
Ia dizer não quero ir,
Quero ficar, não quero ser.