Não há quem possa,
Sair da fossa
Em que me encontro agora.
A fossa é nossa,
Há sempre alguém,
Chorando o amor
Que foi embora.
Acho bem feito,
Meu coração catar saudades
No meu peito.
Mandei embora aquele amor
Quase perftio.
E não achei um novo amor
Pro seu lugar.
A luz da lua,
Eu vejo sombras,
Sempre duas,
De mãos dadas.
Vão pelas ruas,
A projetar
Outros amores nas calçadas.
Sombra sózinha quem encontrar
Pode guardar,
Que a sombra é minha,
É o que sobrou de quanto é bom.
E quanto eu tinha.
Quando eu sabia
Quando e onde me entregar.
Fico na fossa,
Enquanto vivo,
Enquanto possa.
Como já disse prá voces,
A fossa é nossa.
É o direito que nos temos
Prá chorar.