Faz muito tempo Que eu não vejo O verde daquele mar quebrar Nas longarinas da ponte velha Que ainda não caiu Faz muito tempo Que eu não vejo O branco da espuma espirrar Naquelas pedras com a sua eterna Briga com o mar. Uma a uma, coisas vão sumindo. Uma a uma, se desmilinguindo Só eu e a ponte velha teimam resistindo E a nova jangada de vela Pintada de verde e encarnado Só meu mote não muda a moda não muda nada... E o mar engolindo lindo, Antiga praia de iracema E os olhos verdes da menina Lendo o meu mais novo poema E a lua viu desconfiada A noiva do sol com mais Um supermercado Era uma vez meu castelo Entre mangueiras E jasmins florados. E o mar engolindo lindo, E o mal engolindo rindo. Beira-mar, beira-mar. Êeee, maninha, Arma aquela rende branca Que eu tô chegando agora...