(Eu não tenho medo, eu tenho fome)
(Eu não tenho medo, eu tenho fome)
(Eu não tenho medo, eu tenho fome)
(Eu não tenho medo, eu tenho fome)
(Eu não tenho medo, eu tenho fome)
(Eu não tenho medo, eu tenho fome)
Acordei me assistindo na Netflix, os menor da minha quebra querendo Pix
Groupies no camarim me pedindo, meus afetos me ligam pedindo bis
Preta, olha o que eu fiz, quase choro se tua filha diz que me ama antes de dormir
Eu tenho que ganhar, não é só por mim, agora tem mais bocas pra alimentar
Mãe, olha o que eu fiz
Graças a Deus, já faz tempo, mas ainda me lembro do seu olhar
De tristeza, memo ralando pra caralho, saber que o da conta não vai rolar
Ver a água cortar, pega no vizinho, tem que tomar banho, tem que trabalhar
Sorriso nos lábios, fé em Jesus Cristo, ir pra luta é melhor do que reclamar
Tia, olha o que eu fiz
No quartinho de despejo, se aprende que a fome também é professora
Se o Iago me põe na fita, certeza, eu nem tava rimando isso agora
Perdi vários amigos, decidi cantar esperança pros moleque
Como eu vou ter vergonha de ser o rap
Com um pisante pra cada dia do ano, antes pra ter um era só em doze vezes
A única Mercedes que eu tava andando carregava cinquenta pessoas, às vezes
O mais velho, na esquina, dizia: Sua estrela ainda vai brilhar, confia Nele
Já sabia que eu nasci pra ser grande, o sucesso e eu somos siameses
Nego, olha o que eu fiz
Gastando dinheiro, fazendo tudo que eles falam que eu não devo
Comprando o balcão, o espelho, o estoque, a modelo só pra te lembrar que eu não sou seu nego
Deixa a mente focada no título, quanto mais eu como, mais fome eu sinto
Quero o melhor lugar na mesa, porque eu sei que esses cara preferem nos ver servindo
Minha versão antiga se despedindo é minha dança da zebra, igual não'golo
Normalizar a escassez é mó desperdício, avisa que eu sou o ano lírico
Djonga, olha o que eu fiz
(Ha-ha-ha, caralho, RT, tá com fome, hein filho?)
(He-he, que isso)
(Bora, vamo pro refrão aqui então agora)
(Não, não, mano, que refrão, velho? Vai direto, carai)
(Direto o quê?)
(Vai direto, verso por verso, mano)
(É isso)
(Então já é, ha)
Pesadelo de muitos, por que a gente começa a sonhar é na hora que acorda? (Uh)
Nasce de olho aberto e, se o parto dá certo, é aí eles que chora
Fritando esses frango, igual Gustavo Frings, tão todos na minha sola
Outra coincidência com esse mano aí é que eu recebo em dólar
Valorizo minha rainha, então não vão me dar xeque-mate (não vão dar xeque-mate)
Eu sou cachorro de rua, um vira-lata chocolate (vira-lata chocolate)
Desde a hora do start, jogando no modo hard
Vocês perdem no easy, mano, é easy money, vai chupar o Musk em Marte (mano, mano, mano)
Sempre que eu penso no próximo passo, olho pro pé e vejo um Nike
Sempre que eu lembro do tempo dos Cássio, dou mais valor pro meu Rolex
Pros que dizem que nós tem ostentado, mas não pensam em quanto nós tinha tentado
Porra, já sofri até atentado, como eu não vou comemorar um duplex?
Só construíram coisas no The Sims, pra vocês tanto faz meios ou fins
Dou valor num terno ou num simples jeans, são Sayajins, e eu, loiro pivete
Memórias que me dão pesadelos, eles nem lembram (heh, nem lembram)
Olha, como tudo é questão de ponto de vista (olha o ponto de vista)
Na rua, só fã, na internet, só tenho hater
Olha como tudo é questão de ponto de vista (olha o ponto de vista)
Tem milhões de views, mas o som é um lixo
Heh-heh, percebe? Tudo é questão de ponto de vista
Debatem por aí quem é o melhor da cena (é o Djonga, é o Djonga)
Só existe uma resposta (heh), isso não é questão de ponto de vista
Uns me lembram Chewbacca, sai nada de bom pela boca
RT lembra Schumacher, no pódio dessa porra
Escrevo igual Prateado e, ainda que eu morra sem a bola de ouro
Faço igual Vini Jr., deixo a resposta pro tempo e pro povo
Gastando dinheiro, fazendo tudo que eles falam que eu não devo
Comprando o balcão, o espelho, o estoque, a modelo só pra te lembrar que eu não sou seu nego
Gastando dinheiro, fazendo tudo que eles falam que eu não devo
Comprando o balcão, o espelho, o estoque, a modelo só pra te lembrar que eu não sou seu nego
Primeiro, Exu comeu tudo do que mais gostava
Depois começou a devorar as árvores, os pastos e já ameaçava engolir o mar
Furioso, seu pai Orunmilá compreendeu que Exu não pararia e comeria até mesmo o céu
Orunmilá pediu a Ogum que detivesse o irmão a todo custo
Pra preservar a Terra, os seres humanos e os próprios orixás
Ogum teve que matar o próprio irmão
A morte, entretanto, não aplacou a fome de Exu
Mesmo depois de morto, podia-se sentir sua presença devoradora, sua fome sem tamanho