- 1
Cristiano Quevedo - Contraponto
- 2
Cristiano Quevedo - Gaúcho de Coração
- 3
Cristiano Quevedo - Hino ao Rio Grande
- 4
Cristiano Quevedo - Bem na Porteira
- 5
Cristiano Quevedo - Pé No Estribo
- 6
Cristiano Quevedo - Guri do Campo
- 7
Cristiano Quevedo - A Luz do Teu Olhar
- 8
Cristiano Quevedo - O Sorriso dos Olhos
- 9
Cristiano Quevedo - Compondo Os Arreios
- 10
Cristiano Quevedo - Esses campeiros de todo dia
- 11
Cristiano Quevedo - Morena Gaúcha
- 12
Cristiano Quevedo - Nas Patas do Meu Cavalo
- 13
Cristiano Quevedo - Carta a um poeta
- 14
Cristiano Quevedo - Mate e Mel
- 15
Cristiano Quevedo - Piratini a Primeira Capital
- 16
Cristiano Quevedo - Saudade Morena
- 17
Cristiano Quevedo - Amigos, Muito Mais
- 18
Cristiano Quevedo - Bandeira do Império
- 19
Cristiano Quevedo - Inventariando Estrelas
- 20
Cristiano Quevedo - Mate Novo
- 21
Cristiano Quevedo - Meu Velho Amigo
- 22
Cristiano Quevedo - Na Garupa da Milonga
- 23
Cristiano Quevedo - Por Casa
- 24
Cristiano Quevedo - Tropeando
- 25
Cristiano Quevedo - Vida Gineta
- 26
Cristiano Quevedo - Amor Milongueiro
- 27
Cristiano Quevedo - Batendo Estribos
- 28
Cristiano Quevedo - Botando a Corda
- 29
Cristiano Quevedo - Brasão do Pampa
- 30
Cristiano Quevedo - Canção Regional
- 31
Cristiano Quevedo - Coplitas de um Payador
- 32
Cristiano Quevedo - De Caetano e Aparício
- 33
Cristiano Quevedo - De Volta
- 34
Cristiano Quevedo - Décima do Pelego Atado
- 35
Cristiano Quevedo - Do Rio Grande Antigo
- 36
Cristiano Quevedo - Dos Picumãs da Memória
- 37
Cristiano Quevedo - E Chovia
- 38
Cristiano Quevedo - Eta, Carretas!
- 39
Cristiano Quevedo - Flor de Campeira
- 40
Cristiano Quevedo - Interiorana
- 41
Cristiano Quevedo - Lidando Com Aporreado
- 42
Cristiano Quevedo - Louco Por Chamame
- 43
Cristiano Quevedo - Luzeiros
- 44
Cristiano Quevedo - Menina dos Olhos
- 45
Cristiano Quevedo - Meu Flete de Tropear Distância
- 46
Cristiano Quevedo - Milonga de Lua
- 47
Cristiano Quevedo - Morena Linda
- 48
Cristiano Quevedo - Não Chora Moreninha
- 49
Cristiano Quevedo - O curso das sete armas
- 50
Cristiano Quevedo - O Par do Estribo (part. Fabiano Bacchieri)
- 51
Cristiano Quevedo - O Tento (part. Fabiano Bacchieri)
- 52
Cristiano Quevedo - Orgulho de Um Povo
- 53
Cristiano Quevedo - Orgulhos de um povo
- 54
Cristiano Quevedo - Pátria amada Rio Grande
- 55
Cristiano Quevedo - Potreiro Vazio
- 56
Cristiano Quevedo - Pra Quem Se Emponchou Na Estrada
- 57
Cristiano Quevedo - Pra Um Fim de Lida
- 58
Cristiano Quevedo - Tarde de Chuva Num Quarto de Estância
- 59
Cristiano Quevedo - Tropa Ponta Cortada
- 60
Cristiano Quevedo - Um Paraíso o Teu Olhar
- 61
Cristiano Quevedo - Uma gaita toca um hino
- 62
Cristiano Quevedo - Volta
O curso das sete armas
Cristiano Quevedo
quando floreio um dança.
Pois sou índio de confiança,
nos braços de alguma china.
Lhe brilha o sol nas retinas,
e o fogo corre nas veias.
O coração incendeia
e a solidão se termina.
Nascendo assim meio bruxo,
em noite de céu fechado.
Me fiz mestre nos carteados
nos bolichos de fronteira.
Ganhando pela primeira,
me segurei nas esporas.
E espalhei Rio Grande afóra
a minha fama de calaveira.
Se a prosa é tiro de laço,
me achego todo garboso.
Tenho parte com tinhoso,
nesta lida campesina.
É coisa que o mundo ensina,
por pura necessidade,
de pealar as inverdades
desta minha terra sulina.
(O taura mostra experiência
na hora do ferro branco.
Não sou anjo, nem sou franco,
quando me cruzo no laço.
Desvio cada puaço
que o desafeto me joga.
Depois dou um até logo,
e mando o bandido pro espaço.)
Se a coisa vais pros cartuchos,
eu me sinto meio em casa.
Pois quem sabe se extravaza
no meio das munição.
Se querem me dar lição,
me busquem de bando inteiro.
Que eu sou louco e revolveiro
de atirar com as duas mãos.
E mesmo de mão vazia,
sou seguro e garantido.
Não que eu me julgue metido,
mas sou cheio de moral.
Meu braço é arma fatal
que cala os desaforados.
E nos fundos deste estado
não tem índio mais bagual.
Mas nada disso interessa,
se a gente vive sozinho.
E vai finando aos pouquinhos,
sem ter amor e amizade.
Essa é a maior qualidade,
que amansa o pior baldoso,
pois nada é mais poderoso
que os amigos de verdade.
