Um naco de um Sol de ouro
Dourando a copa do angico
Pé por pé se levantando
Pra acordar o tico-tico
É o frescor da madrugada
E a passarada já se assanha
E o sereno em gotas de prata
Enfeita teia de aranha
Sol, Lua, estrela boieira
Num rastro de poeira
O dia começou
Metade de um Sol vermelho
Listrando o céu na planura
Agachando-se matreiro
Que nem sorro em noite escura
É a tarde, é o caminheiro
Que vai chegando à pousada
Tem mate e churrasco quente
Pra seguir na madrugada
Sol, Lua, estrela boieira
Num rastro de poeira
O dia continuou
Um quarto de Lua fria
Iluminando a coxilha
Que filtrada mais se enfeita
Nos cabelos da flechilha
E a noite, pra ser encolhida
Um causo, uma gauchada
E o fogo comendo a lenha
No sorriso da peonada
Sol, Lua, estrela boieira
Num rastro de poeira
O dia terminou