Já que hoje é dia de aperta as irmã dos outros
Encilho o potro mais faceiro da tropilha
Saio do rancho já baleado de uma asa
Com o peito em brasa e um cheiro de maçanilha
Mirando longe e enxergando bem pertinho
Devagarinho vou desfiando um baio bueno
Meu pala branco como pra tocar uma carga
E um aba larga me protege do sereno
De longe escuto o ronco xucro atrás da grota
Sinto que as botas me querem fugir dos pés
Faz tanto tempo que não sabe o que é um surungo
Num fim de mundo quinchado de santa fé
Cruzo no passo e o clarão da lua cheia
Me compadreia refletido pelo rio
Num compasso anunciado e candongueiro
Ao som da gaita que pariu este bugio
Chego pachola e me acolhero com uma changa
Num bugio macho que incendeia a madrugada
Sempre esquivado do clarão de algum candieiro
Pois, sou grongueiro pra bailar de cola atada