Peço perdão se me atrevo
Mas vou descansar o ao catre
Entrar na roda do mate
Mesmo sem ser convidado
Pois necessita quem canta
Tirar o pó da garganta
E ter seu canto escutado
Mais claro que o do sorsal
Que faz do canto bagual
Seu jeito de ser lembrado
Também vou tomar um trago
Pra me clarear o tutano
Eu não sou destes fulanos
Que só falam sem pensar
Se veio zonzo das garras
Não bordoneio guitarras
Sem primeiro descansar
Não gosto de ser estorvo
Nem tenho cruza de corvo
Que nunca aprendeu cantar
Nos caminhos onde andei
Reculutei experiência
E o cantor tem como ciência
A liberdade em seu canto
E o versejar costumeiro
Donde vem sempre primeiro
As coisas que levou do campo
Que faz do aprender da lida
Qual o rosário de vida
Em acordes de acalanto
Por isso canto essas coplas
Campeiras por excelência
Meu cantar tem procedência
Das razões e das verdades
Pois essa rima baguala
Com cheiro de maçanilha
Tem balanço das flexilhas
Do campo do coração
E nos acordes do violão
Vem dar sentido a minha vida