Cordeona velha judiada
Dos fandangos que tocou
Lembrança e poeira de estrada
Dentro do fole, guardou
Quando te escuto se abrindo
Me despertando a memória
Se terminarem os fandango'
Teu nome fica na história
Muitos fandango' animemo'
Nesta pátria redomona
Não vem me dizer que é taura
Quem não gostar de cordeona
Já tá com o teclado gasto
Voz fraca, desafinada
As alça' já arrebentaram
Não tem cor, tá desbotada
Em bochinchos de campanha
Assistiu muito entreveiro
E, hoje, com o fole furado
Sopra o rosto do gaiteiro
Muitos fandango' animemo'
Nesta pátria redomona
Não me diga que é gaúcho
Quem não gostar de cordeona
Acompanhou em Mi Maior
Trovadores de talento
Fez costado a pajeadores
Em ranchos de acampamento
Muitos concursos de chula
Acompanhou num floreio
Num baile de CTG
Em barracas de rodeio
Muitos fandango' animemo'
Nesta pátria redomona
Não vem me dizer que é taura
Quem não gostar de cordeona
Cordeona velha, de ti
Sei que o Rio Grande se orgulha
Muitas noites sem dormir
Tivemo' em várias tertúlia'
Em festanças de casório
Muitas vez', você se abriu
E até mesmo em velório
De colegas que partiu'
Muitos fandango' animemo'
Nesta pátria redomona
Não vem me dizer que é taura
Quem não gostar de cordeona
Muitos fandango' animemo'
Nesta pátria redomona
Não me diga que é gaucho
Quem não gostar de cordeona