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  14. 14

    Baitaca - História Do Tico Loco

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História Do Tico Loco

Baitaca

Conheci um tipo apelidado de Tico
Gostava de metê o bico em baile, festa e carreira
Torto, careca, tipo grosso e tabacudo
Fedorento e cabeçudo e tudo levado à casqueira
Analfabeto, malvestido e sem valor
Metido a conquistador, apaixonado por fandango
Tomava um trago e depois que se embriagava
Pagava a entrada e entrava e já seguia escuiambando

[Te acalma, Tico! Por favor, te ajeita, Tico!
Que a mulherada prometem te dar um fim
Tipo tarado, enxerga a mulher já se avança
Vai pedir pro segurança agarrar o Tico pra mim
Te acalma, Tico! Por favor, te ajeita, Tico!
Ache uma prenda que te tape de carinho
Tu reconheça que tem que criar respeito
Se continuar desse jeito, tu vai acabá sozinho

O Tico véio é desses criado em bombacha
Bebe um pouco e se emborracha e começa a fazê folia
Até nos quarto, Tico vem e Tico vai
E naquele entra e sai incomoda até clarear o dia
Num canto escuro que o segurança não viu
O bagaceira cuspiu nas perna de uma senhora
Pois só Deus sabe a vergonha que eu passei
Embrabeci e me invoquei e tirei o Tico pra fora

Te acalma, Tico! Por favor te ajeita, Tico!
Vê se me entende por incrível que pareça
Vi uma mulher gritá no meio do povo
Que se tu entrá de novo, te dá um táio na cabeça

[Te acalma, Tico! Por favor, te ajeita, Tico!
Ache uma prenda que te tape de carinho
Tu reconheça que tem que criar respeito
Se continuar desse jeito, tu vai acabá sozinho]

Lá pelas tanta o Tico se revoltou
Embrabeceu e levantou tipo lacaio e fiasqueiro
Chamou o porteiro de beiçudo e boca-torta
Escarrou grosso na porta
Já louco pra entrá pra dentro
Disse o porteiro, índio de muita coragem:
Já falei com a patronagem, aqui tu não vorta mais!
Se revoltaram, fizeram-lhe um tempo quente
Cuidavam o Tico na frente e o Tico entrava por trás

Te acalma, Tico, por favor, te ajeita, Tico
Garra capricho, e não me volta mais pra sala
Que eu já rezei pedindo perdão pra Cristo
Porque eu nunca tinha visto um tipo da tua iguala

Te acalma, Tico! Por favor, te ajeita, Tico!
Ache uma prenda que dê tapa e dê carinho
Tu reconheça que tem que criar respeito
Se continuar desse jeito, tu vai acabá sozinho

Bom, total
Eu já te aconseiei que chega
Tu não vai garrá jeito mesmo!
Por mim que morra sorteiro esse fedorento!

Abra o olho, rapaz!

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