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  2. 2

    Baitaca - Me Orgulho Em Ser da Campanha

  3. 3

    Baitaca - Cuiudo do Alegrete

  4. 4

    Baitaca - Pra Ser Campeiro

  5. 5

    Baitaca - Do Fundo da Grota

  6. 6

    Baitaca - Xucro de Berço

  7. 7

    Baitaca - Tropeando O Passado

  8. 8

    Baitaca - Versos Xucros

  9. 9

    Baitaca - Cadela Baia

  10. 10

    Baitaca - Castração a Pealo

  11. 11

    Baitaca - Lida Campeira

  12. 12

    Baitaca - A Galope Contra o Vento

  13. 13

    Baitaca - Preferido Das Muié

  14. 14

    Baitaca - Rei da Grossura

  15. 15

    Baitaca - Cavalo Velho

  16. 16

    Baitaca - Gaudério e Meio

Versos Xucros

Baitaca

Meu verso é cheiro de terra
Do galpão e da mangueira
E o meu talento é a tronquera
Que o papai do céu me deu
Não vai nascer, nem nasceu
Não vai ter, nem tem herdeiro
E neste peito missioneiro
O xucrismo não morreu

Meu verso é xucro e bagual
É o que o meu povo diz
Que eu arranquei com raiz
Com torrão e com barranco
Mas meu verso é muito franco
Embora tenha defeito
Meu verso é torto e direito
Por isso eu largo no tranco

Meu verso às vezes sai peludo
Com casca e ponta de arame
Pois talvez alguém reclame
Que o verso não é social
E que o poeta é bagual
Já nasceu de queixo roxo
Se criou troteando frouxo
E não conhece bocal

Meus versos às vezes sai torcido
E outras vez sai trançado
Pelo grosso ou pelechado
Gateado e as vezes sai mouro
Tem risco de aspa de touro
Cruzada de refilão
Meu verso tem arranhão
Tem calo e garra de potro
Meu verso as vezes sai ponteado
Com lonca de couro cru
Da papada do zebu
Que é grossa por natureza
O meu verso tem franqueza
De contar o que converso
Por isso eu e meu verso
Não encontramos tristeza

Meu verso tem maçaroca
Meu verso é cheio de nó
Entreverado no pó
Que se levanta da estrada
De quando passa a boiada
Numa tropa ou na carreta
É chio de chaleira preta
E tem cheiro de carne assada

Meu verso retrata a cuia
De chimarrão de erva boa
Numa tarde de garoa
No mês de agosto agourento
Meu verso guarda o lamento
Da cordiona voz trocada
É sapecado da geada
Que se levanta com o vento

Meu verso é a própria faísca
Do guarda fogo de angico
Meu verso tem canto e bico
Tem cinza, tem picumã
Meu verso tem crina e lã
Meu verso é cheio de rastro
E tem o cheiro do pasto
No vargedo do Manuã

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