Eu não vos escovo, nem um pouco
Eu cuspo na vossa cara
E se me derem um míssil, eu aponto
E atiro na vossa cara
Morram! E levem convosco este governo assassino
Que mata crianças e mulheres gravidas, eu afirmo
E reafirmo a vossa culpa
Seus filhos da luta
Que se envergonham de ter parido toda esta raça imunda
De políticos, sínicos, bandos de incessíveis
Quem é que devolve as minhas pernas?
São vocês ou os vossos mísseis?
Hai, mãe! Eu vou vingar a tua dor
Tu que do teu colo mais um filho, o governo arrancou
Hai, pai! Eu vou vingar a tua dor
Tu querias ter ido no lugar do teu sucessor
E a casa que desabou!
Foram 20 ou foram 13
Que morreram de uma vez
Em nome do vosso desinteresse
E quem é que consola este pai?
Este filho desesperado?
Que chora mãe que já não é mãe
É mais um corpo desabado
Mas porquê?
Porque somos apenas números?
Nada mais que impostos?
Veja os meus olhos úmidos
Veja as lágrimas no meu rosto
Não sou apenas mais um voto
Eu sou de carne, eu sou de osso
Não apenas mais um pretexto
Para meter mais notas no vosso bolso
E os estilhaços da vossa nobre incompetência
Deixaram em pedaços a minha pobre existência
Eu não procuro o culpado
Eu procuro a pior maneira de ele ser executado, enforcado e enterrado
Junto ao que restou da minha casa
Atear fogo sobre ele para sentir a minha desgraça
E desenterrar a minha família dos escombros
Enquanto fazem mais discursos
E levantam os ombros