Vazio e frio a neblina
E o lodo que escapa entre os galhos
Mesmo que eu tente escapar
A morte e o tempo andam
Pelos mesmos atalhos
Em meio às sombras do sanatório
A morte
A neblina, insanidade e purgatório
Se o frio me levar, saiba que eu
Nunca quis te afastar
Mas o erro foi meu
E outra condição
Viver sem ter perdão
Daqueles que eu amei
E sem ter medo de encarar a própria morte
Eu nunca estive nessa posição
E por isso eu não pude enxergar
Quando cê se tornou mais forte
Eu vim de longe
Pra encontrar quem se perdeu
Mas quando eu me vejo no espelho
Eu não enxergo os mesmos olhos
Eu vi as chamas levarem algo meu
Por isso entendo as aranhas
Fugirem do fogo do solo
Ó escuro coração
Caverna escureceu
Sua mão não é mais sua mão
Como eu pude esquecer?
As minhas memórias são purgatório
Na chuva de aranhas
Por favor fechem seus olhos
Violeta não veja
O que tá prestes a acontecer
Me perdoa
Por não ver o nosso filho crescer
Thiago
Como cê lembra seu pai
Mas ninguém mereceria um fim assim
Eu sei que é injusto
Mas não tenho forças mais
Então cuida do meu menino pra mim
Ó escuro coração
Caverna escureceu
Sua mão não é mais sua mão
Como fui esquecer?