Margarida Vai À Fonte

Antonio Pinto

Margarida vai à fonte
Vai encher a cantarinha
Brotam lírios pelo monte
Vai à fonte e vem sózinha

Seus olhos verdes risonhos
Nunca poisam em ninguém
Parecem viver de sonhos
Mais vagos do que risonhos
Mas são risonhos também

Tão pequena a casa dela
Fica à beira do caminho
E os canteiros da janela
Envolvendo a casa dela
Têm aroma a rosmaninho

Tão mimosa e delgadinha
Na forma do seu andar
Lembra um voo de andorinha
Quando passa de tardinha
Quando gira devagar

Linda flor desconhecida
Que o Sol beijou ao nascer
Deixa-te estar escondida
Margarida, Margarida
Nessa paz do teu viver

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