Sobre à frágua Veio a lua Com seus babados de renda O menino mira, mira O menino a está mirando No ar súbito, comovido A lua move seus braços E mostra, lubrique puro Seios de duro estanho Foge, lua, lua, lua Foge, lua, lua, lua Foge, lua, lua, lua Foge, lua, lua, luaaaaa! Se viessem os ciganos Com teu coração fariam Anéis e colares brancos Oh, foge lua, lua, luaaaa! Quando vierem os ciganos Te acharão sobre a bigorna Com teus olhinhos fechados Foge, lua, lua, lua Que já sinto seus cavalos Deixa-me, filho, não pises O meu alvor engomado Deixa-me, filho, não pises O meu alvor engomado Deixa-me, filho, não pises O meu alvor engomado Vinha perto o cavaleiro Com o tambor do chão tocando E, dentro da frágua, o menino Tem seus olhinhos fechados Pelo olival, bronze e sonho Eles vinham, os ciganos As cabeças para cima E os olhos entrecerrados Foge lua, lua, lua Foge lua, lua, lua Foge lua, lua, lua Foge lua, lua, luaaaa! E dentro da frágua choram Dando gritos os ciganos O ar da noite vela, vela O ar da noite a está velando Ai!! Como canta a coruja Como canta no galho! Através do céu, a lua Vai o menino levando Ai! Como canta a coruja Ai! Como canta no galho Através do céu a lua Vai o menino levando Ai! Como canta a coruja Ai! Como canta no galho Através do céu a lua Vai o menino levando Foge lua, lua, lua Foge lua, lua, lua Foge lua, lua, lua Foge lua, lua, lua Foge lua, lua, lua Foge lua, lua, luaaaa! Lua, lua, lua, lua, lua, lua, lua, luaaa! Lua, lua, lua, lua, lua, lua, lua, luaaa! Lua, lua, lua, lua, lua, lua, lua, luaaa! Lua, lua, lua, lua, lua, lua, lua, luaaa!