Bobo da Corte

Alceu Valença

Nem todo o beijo é pecado
Nem toda fruta é maçã
Nem todo réu é culpado
Nem toda culpa é cristã
Nem toda carta é marcada
Nem toda lente é ray-ban
E nem toda noite é noitada
Nem toda luz é manhã

Nem todo o beijo é pecado
Nem toda fruta é maçã
Nem todo réu é culpado
Nem toda culpa é cristã
Mas nem toda carta é marcada
Nem toda lente é ray-ban
E nem toda noite é noitada
Nem toda luz é manhã

Por isso eu exijo respeito
Por teu desmantelo
Teus olhos vermelhos
Se vendo no espelho
E querendo voar

Por isso eu exijo respeito
Por tuas palavras
Na boca da noite
Na boca do bobo da corte

E nem todo o beijo é pecado
Nem toda fruta é maçã
Nem todo réu é culpado
Nem toda culpa é cristã
Ói, nem toda carta é marcada
Nem toda lente é ray-ban
E nem toda noite é noitada
Nem toda luz é manhã

Por isso eu exijo respeito
Por teu desmantelo
Seus olhos vermelhos
Se vendo no espelho
E querendo voar

Por isso eu exijo respeito
Por tuas palavras
Na boca da noite
Na boca do bobo da corte

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