Deusa da Minha Rua

Agnaldo Timóteo

A deusa da minha rua
Tem os olhos onde a Lua
Costuma se embriagar
Nos seus olhos eu suponho
Que o Sol, num dourado sonho
Vai claridade buscar

Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Teu vulto que me seduz
A ruazinha modesta
É uma paisagem de festa
É uma cascata de luz

Na rua, uma poça d'água
Espelho da minha mágoa
Transporta o céu para o chão
Tal qual o chão de minha vida
A minh'alma comovida
O meu pobre coração

Espelho da minha mágoa
Meus olhos são poças d'água
Sonhando com Teu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu ela é nobre
Não vale a pena sonhar

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